quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Fate/Saiba Quem Foi: Angra Mainyu

Em Fate o espírito primordial do mal que é Angra Mainyu já teve várias formas, pois ele próprio não possui mais uma forma própria. Em Fate/Stay Night ele é uma criatura quase amorfa nascida do Graal corrompido desde a terceira guerra por causa do clã Einzbern. Em Fate/Zero (prequel de Fate/Stay Night) esse mesmo Graal corrompido já também possuiu a personagem Irisviel tornando-a um avatar do espírito maligno e em Fate/Hollow Ataraxia assume a forma do vencedor da quinta guerra do Santo Graal, Shirou Emiya, mas um Shirou Emiya tatuado e bronzeado, essa forma também é usada no jogo Fate/Grand Order. Na verdade ele não é "o" deus de todos os males e sim um garoto que muito tempo atrás foi forçado à ser um sacrifício de sua vila para receber a maldição de todos os males do mundo em seu corpo para apaziguar os males que afligiam a própria vila. Por isso ser, de certa forma, um ato heróico ele acabou sendo aceito como servo pela entidade "Mundo" que lhe atribuiu o nome de Angra Mainyu, pois era o que mais se aproximava de sua origem histórica. Essa sua forma foi invocada pela primeira vez na terceira guerra pelo clã Einzbern, mas ele acabou sendo derrotado e seu espírito foi aprisionado no Graal ocasionando sua corrupção vista em Fate/Zero e Fate/Stay Night. Ele é o personagem mais difícil de tirar no jogo Fate/Grand Order e também o mais fraco.



ANGRA MAINYU

De acordo com o zoroastrismo (religião fundada na antiga Pérsia por Zaratustra), cujas palavras são ditas no Avesta (livro principal do zoroastrismo), Angra Mainyu (ou Arimã) é o princípio de todo o mal, o deus de todos os males, o total oposto de seu irmão gêmeo Ormuz (ou Ahura Mazda), o deus ou princípio do bem. Durante o parto dos gêmeos, Zurvan (o deus assexuado do tempo) disse que o primeiro que saísse seria o mais forte. Ouvindo isso Arimã forçou sua saída primeiro e por causa disso Zurvan profetizou que seu império do mal acabaria em alguns milênios e seu irmão então assumiria por toda a eternidade. Arimã então se voltou contra seu irmão se tornando o espírito do mal. Outra interpretação é de que foi Ormuz quem criou dois espíritos, Spenta Mainyu (a bondade) e Angra Mainyu (a maldade). Independente da interpretação a idéia é que as duas entidades se opõem.


Muitas vezes Arimã é retratado como um ser invejoso, querendo destruir e deturpar tudo que seu irmão cria, muitas vezes criando o oposto do que seu irmão criava, por exemplo Ormuz criou a luz, o céu, a terra, a riqueza e tudo que é bonito e bom, enquanto que Arimã criou a escuridão, os demônios, a pobreza e tudo que é feio e perverso. À ele também é atribuída a criação dos demônios chamados de devas, embora nos textos religiosos dos Gathas a origem dos devas é Aka Manah (mal pensamento) que representa o desejo sexual. No Avesta diz que Aka Manah foi enviada por Arimã para ajudá-lo à corromper a humanidade. No poema épico Shahnameh, Arimã com seu exército de demônios mata Syamak, filho de Keyumars, que no Avesta é dito como o primeiro mortal criado por Ormuz, enquanto que no poema ele é dito como o primeiro rei da humanidade e que também era amado por Ormuz, sendo assim Arimã fez cair sobre ele suas maldições. Também durante a jornada de Zaratustra para espalhar a palavra do zoroastrismo Arimã ficou tentando o profeta à parar de venerar Ormuz e passar à venerar o mal.

Ahura Mazda (à esquerda) contra Angra Mainyu (à direita)

A luta entre os dois pode ser interpretada tanto de forma material, em que Arimã tenta invadir o céu, mas é repelido por Ormuz com a ajuda de Atar (espírito do fogo e do relâmpago), como espiritual em que a obscuridade e a ordem são vencidas pela luz e pela ordem assim como o inverso. Ao que parece a batalha entre os dois irmãos, representando o bem contra o mal, ainda está acontecendo e a humanidade ainda está para ver o resultado dela. Os mais devotos acreditam que Ormuz irá vencer e Angra Mainyu ficará para sempre confinado no submundo onde os seus demônios devorarão uns aos outros.



Angra Mainyu (Avenger)

Angra Mainyu ainda não nascido no jogo Fate/Stay Night

Irisviel possuída por Angra Mainyu em Fate/Zero

Irisviel possuída por Angra Mainyu em Fate/Grand Order como uma boss do jogo




Na cultura popular

On Wings of Fire (2001): Um documentário falando sobre a criação do zoroastrismo com uma cena ou duas encenadas com figuras contando as histórias de Angra Mainyu.








OBS: Tem um livro chamado The Incarnation of Ahriman: The Embodiment of Evil on Earth, mas não li para saber do que se trata.


Gaijin-san 05: Madoka Magica

A cativante estória das garotas mágicas mais foderosas do mundo.















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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Fate/Saiba Quem Foi: Charles-Henri Sanson

O pretendente à médico que ficou mais conhecido por sua infeliz ocupação de executor e que deu fama à ferramenta chamada guilhotina. Na franquia Fate o servo Charles tem uma certa paixão por Maria Antonieta, uma das vítimas de sua guilhotina.



CHARLES-HENRI SANSON

Os Sanson foram uma família que desde 1684 serviram à realeza francesa como executores reais, sendo o posto passado de pai para filho. Charles John Baptiste Sanson ensinou o ofício para seu filho mais velho, Charles-Henri, por 20 anos. Primeiramente ele queria ser médico, mas seu pai começou a sofrer de paralisia então teve que largar os estudos de medicina visando sustentar a família como executor, apesar de seu repúdio pelo ofício. Em 1765 casou-se com Marie-Anne Jugier com quem teve dois filhos, Henri e Gabriel. No dia 26 de Dezembro de 1778 seu pai deu à Charles-Henri o casaco vermelho, sinal de que era agora o mestre executor.


Usando de seus conhecimentos de medicina Charles-Henri dissecava os corpos das pessoas que executava para estudá-los além de fazer remédios com as ervas que plantava em seu jardim. Foi ele quem apoiou o Dr. Joseph Ignace Guillotin (médico e deputado da Assembléia da França) à respeito do uso da guilhotina nas execuções, afim de dar à vítima o mínimo de sofrimento já que era mais difícil decapitar com uma espada, e assim Tobias Schmidt, fabricante de instrumentos musicais e amigo de longa data de Charles-Henri, construiu o primeiro protótipo. Quando o protótipo foi testado pela primeira vez o próprio Charles-Henri inspecionou o dispositivo e foram feitos vários testes com fardos de palha, ovelhas vivas e com cadáveres humanos até que depois de uma semana, em 25 de Abril de 1792, a Assembléia aprovou o uso e no mesmo dia Charles-Henri efetuou a primeira execução por guilhotina da história na Place de Grève matando o ladrão Nicolas Jacques Pelletier. Os custos e os riscos nas decapitações por guilhotina eram menores do que as que eram feitas com a espada e por isso Charles-Henri recebeu da Assembléia os direitos de um civil normal, pois as leis e até o modo de tratamento pela sociedade eram diferentes para os executores. Ele também já executou revolucionários conhecidos, incluindo Georges Danton, Maximilien Robespierre, Louis Antoine de Saint-Just, Jacques Hébert e Camille Desmoulins. No ano de 1793 o rei Louis XVI foi acusado de alta traição contra o estado e Charles-Henri foi designado para executá-lo e essa foi uma das suas execuções mais conhecidas, além disso ele também participou da execução da viúva de Louis XVI, Maria Antonieta, mas quem realizou o feito foi seu filho mais velho, Henri, já designado como o próximo executor da família Sanson. Diante da guilhotina de Sanson a única esperança era a morte.

Charles-Henri Sanson segurando a cabeça de Louis XVI em 1793

De 1789 até 1796 estima-se que Charles-Henri Sanson executou 2548 pessoas. Dessas, 370 eram mulheres, 22 eram menores de idade e 9 tinham mais de 80 anos de idade. Charles-Henri morreu de velhice em 4 de julho de 1806 deixando para trás 40 anos de seu legado de morte, seus dois filhos e seu neto que vieram a ser a última geração de executores da família Sanson.



Charles-Henri Sanson (Assassin)




Na cultura popular

La Révolution française - les années terrible (1989): O segundo filme de uma duologia de filmes (looooongos) contando a história da revolução francesa. Charles-Henri é interpretado pelo saudoso Christopher Lee, mas aparece bem pouco



Innocent (2013): Um mangá de autoria de Sakamoto Shinichi que tem como protagonista principal Charles-Henri Sanson e seu caminho de executor. É bem cativante à seu modo e a arte é muito bem feita.




OBS: Existem mais dois livros que contam com Charles-Henri Sanson como protagonista, mas não os li para opinar sobre. São eles A Place of Greater Safety e The Executioner Heir.


Gaijin-san 04: Nossas Crises de Chuunibyou

Se você é daqueles que deixa sua criança interna aparecer com frequência ao ponto de pagar de mongol gigante...bom você não está sozinho ou sozinha.








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