terça-feira, 27 de agosto de 2019

Fate/Saiba Quem Foi: Charles-Henri Sanson

O pretendente à médico que ficou mais conhecido por sua infeliz ocupação de executor e que deu fama à ferramenta chamada guilhotina. Na franquia Fate o servo Charles tem uma certa paixão por Maria Antonieta, uma das vítimas de sua guilhotina.



CHARLES-HENRI SANSON

Os Sanson foram uma família que desde 1684 serviram à realeza francesa como executores reais, sendo o posto passado de pai para filho. Charles John Baptiste Sanson ensinou o ofício para seu filho mais velho, Charles-Henri, por 20 anos. Primeiramente ele queria ser médico, mas seu pai começou a sofrer de paralisia então teve que largar os estudos de medicina visando sustentar a família como executor, apesar de seu repúdio pelo ofício. Em 1765 casou-se com Marie-Anne Jugier com quem teve dois filhos, Henri e Gabriel. No dia 26 de Dezembro de 1778 seu pai deu à Charles-Henri o casaco vermelho, sinal de que era agora o mestre executor.


Usando de seus conhecimentos de medicina Charles-Henri dissecava os corpos das pessoas que executava para estudá-los além de fazer remédios com as ervas que plantava em seu jardim. Foi ele quem apoiou o Dr. Joseph Ignace Guillotin (médico e deputado da Assembléia da França) à respeito do uso da guilhotina nas execuções, afim de dar à vítima o mínimo de sofrimento já que era mais difícil decapitar com uma espada, e assim Tobias Schmidt, fabricante de instrumentos musicais e amigo de longa data de Charles-Henri, construiu o primeiro protótipo. Quando o protótipo foi testado pela primeira vez o próprio Charles-Henri inspecionou o dispositivo e foram feitos vários testes com fardos de palha, ovelhas vivas e com cadáveres humanos até que depois de uma semana, em 25 de Abril de 1792, a Assembléia aprovou o uso e no mesmo dia Charles-Henri efetuou a primeira execução por guilhotina da história na Place de Grève matando o ladrão Nicolas Jacques Pelletier. Os custos e os riscos nas decapitações por guilhotina eram menores do que as que eram feitas com a espada e por isso Charles-Henri recebeu da Assembléia os direitos de um civil normal, pois as leis e até o modo de tratamento pela sociedade eram diferentes para os executores. Ele também já executou revolucionários conhecidos, incluindo Georges Danton, Maximilien Robespierre, Louis Antoine de Saint-Just, Jacques Hébert e Camille Desmoulins. No ano de 1793 o rei Louis XVI foi acusado de alta traição contra o estado e Charles-Henri foi designado para executá-lo e essa foi uma das suas execuções mais conhecidas, além disso ele também participou da execução da viúva de Louis XVI, Maria Antonieta, mas quem realizou o feito foi seu filho mais velho, Henri, já designado como o próximo executor da família Sanson. Diante da guilhotina de Sanson a única esperança era a morte.

Charles-Henri Sanson segurando a cabeça de Louis XVI em 1793

De 1789 até 1796 estima-se que Charles-Henri Sanson executou 2548 pessoas. Dessas, 370 eram mulheres, 22 eram menores de idade e 9 tinham mais de 80 anos de idade. Charles-Henri morreu de velhice em 4 de julho de 1806 deixando para trás 40 anos de seu legado de morte, seus dois filhos e seu neto que vieram a ser a última geração de executores da família Sanson.



Charles-Henri Sanson (Assassin)




Na cultura popular

La Révolution française - les années terrible (1989): O segundo filme de uma duologia de filmes (looooongos) contando a história da revolução francesa. Charles-Henri é interpretado pelo saudoso Christopher Lee, mas aparece bem pouco



Innocent (2013): Um mangá de autoria de Sakamoto Shinichi que tem como protagonista principal Charles-Henri Sanson e seu caminho de executor. É bem cativante à seu modo e a arte é muito bem feita.




OBS: Existem mais dois livros que contam com Charles-Henri Sanson como protagonista, mas não os li para opinar sobre. São eles A Place of Greater Safety e The Executioner Heir.


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